No início das nossas relações mais pessoais, normalmente, mais jovens, é sempre estranho pensar sobre ir à praia, no sentido de estar presente em corpo principalmente, mas também, em alma. Existe sempre uma preocupação sobre o encaixe no biquíni certo… Viver os momentos de verdade, parece sempre impedido pela insegurança de estar ali.

Com o tempo e as pessoas certas, os momentos se mostram muito mais importantes do que a insegurança e a beleza que nos pedem. Correr pela praia, sentir a areia molhada grudando no pé, mãos e cabelos. As risadas dadas juntas às pessoas que amamos… A praia dificilmente é compartilhada com pessoas que não são do nosso ciclo, então lá ficam vivenciados muitos dos nossos melhores momentos. Você já percebeu?

Estar refletindo e pensando sobre isso também tem muito a ver com a realidade atual que vivemos agora, um mundo que pede e quase implora, que estejamos mais isolados das coisas que mais acalmam a nossa alma. A nostalgia que é viver um dia inteiro na nossa praia favorita, a gente só consegue perceber, agora. Talvez por isso eu esteja escrevendo sobre isso pra você.

Esse mundo que nos afasta, também é atualmente o digitalizado que vivenciamos em cada detalhe, cheios de redes sociais que também nos imploram que sentir a praia sem a foto mais bonita e o ângulo perfeito seria um erro provável. Certo? Errado? Não sei dizer, mas, a memória de ter estado ali, sentindo que há uma certa paz aconchegante que poderia durar horas com o cheiro do mar, os ambulantes gritando os petiscos de praia mais gostosos do Rio de Janeiro e sol queimando a pele, talvez mereça mesmo um post bonito.

Parece exagerado pensar que milhões de pessoas vão á praia todos os dias e ainda assim estejamos falando sobre sentimentos ao estar nela, mas, assim é. Nostalgia é muito sobre as coisas que percebemos ter saudade só depois de um tempo.

A Capitona respira a praia e os momentos, muito mais do que a regra do biquini e da foto perfeita. E a Capitona, assim como o mundo e as redes sociais, também quase implora que todos possamos ter um mundo mais saudável pra que viver um dia de praia, seja algo que todos possamos fazer, guardando fotos e memórias. Seguimos com a esperança de que as coisas possam ser melhores e que possamos estar cada vez mais livres do que esperam de nós na hora de colocar o biquini que mais achamos bonitos, nas praias mais lindas do nosso Rio de Janeiro.

Eu poderia ter só falado sobre “saudade praiana” mas sabemos, é muito mais do que isso.

Luana A. (Equipe Capitona)